O convite de casamento chegou com mais de 8 meses de
antecedência. E eu só fui conhecer a existência deste super amigo do meu namorado
quando ele me contou que teríamos esse casamento agendado para o meio de julho.
Quando eu falo super amigo, é super amigo MESMO. Fizemos parte de um grupo de
apenas TRÊS casais convidados para todas as etapas do dia especial. Sim. Se
você aí está prestes a casar, ou organizando a lista de convidados, repense!!
Enquanto você está sofrendo
para reduzir a lista de convidados de 300 para 200, este casal suíço convidou
apenas TRÊS casais de amigos para a comemoração principal. O restante dos
convidados era apenas família. Total? Provavelmente umas 50 pessoas.
Vamos com calma. O casamento suíço é divido em três ou
quatro partes. O casamento civil, realizado no cartório, o religioso, na
igreja, o aperitivo e o jantar. Mais ou menos igual ao brasileiro, certo? Pelo
menos na divisão do civil e do religioso, que normalmente não acontecem no
mesmo dia. No caso deste casal de suíços não existiu o casamento religioso. Por
aqui, se você é católico, você precisa pagar uma taxa anual bem cara à igreja (papo
pra outro post). O fato é que não houve cerimônia na igreja. (Ainda bem!
Imagina uma missa de casamento em suíço-alemão?). Como éramos convidados VIP,
fomos convidados para o casamento no civil, o aperitivo e o jantar. Tudo no
mesmo dia.
PAUSA! Vale lembrar que um dia antes aconteceu a minha
formatura do mestrado. Talvez a minha leve ressaca tenha contribuído para que
eu achasse o casamento um pouco entediante. Ou talvez não. Cabe cada um tirar a sua própria conclusão.
Os crachás que recebemos assim que chegamos |
Chegamos por volta de 12h e ficamos na saída do local que
estava acontecendo o casamento civil. A segregação de convidados aconteceu ali
mesmo. Quem era VIP foi convidado também para estar dentro do local
acompanhando o casamento no civil e recebeu um cracházinho com o nome. Quem não
recebeu era porque tinha sido convidado apenas para o aperitivo. Detalhe. No
total, apenas cinco casais estiveram no aperitivo, três deles convidados também
para o jantar.
Os cinco casais convidados. Reparem que nem todos possuem o crachá. |
Olha aí os cartões azuis |
O aperitivo foi bem gostosinho. Sanduíches, cerveja, vinho,
água, refrigerante e muita conversa. O que mais me chamou a atenção é que por
aqui existe uma tradição com balão de gás bem interessante. Cada convidado
recebe um balão de gás e um cartão, que você tem que preencher e amarrar na
corda do balão. O cartão já vem impresso com algumas frases, além do endereço
do casal, e você preenche com o seu nome, telefone e falando qual presente você
daria para o casal caso eles recebam o cartão em casa. Ou seja, você solta o
balão de gás e, em algum momento, por conta do peso do cartão, o balão vai cair
quando acabar o gás. Em alguma outra cidade, provavelmente. O cartão explica que
o fulano e a fulana se casaram no dia X e que o amigo Y esteve lá e se propôs a
dar uma garrafa de whisky (por exemplo) ao casal, SE a pessoa que achou o cartão
reenvia-lo ao casal. Aí o casal liga para o dono do cartão e cobra o presente. Entenderam? É meio confuso de explicar, mas muito simples de fazer. Achei engraçadinho, mas sei que nunca funcionaria no Brasil. Talvez em cidades
pequenas. Mas imagina colocar o endereço do casal recém-casado? Prato cheio pra
bandido ir lá fazer a festa, já que é bem provável que os móveis sejam todos
novinhos. Rs. Ai, que tristeza, mas é verdade, também.
O fato é que as fotos do “momento do balão” ficaram lindas
demais. Então, ponto positivo! Mas aí já vem com um negativo. Ficamos todos nós
(convidados especiais) tirando fotos com os casais. Foram pelo menos 40 minutos
de fotos. Teve uma que cada um se posicionava ao redor dos noivos em formato de
coração, outra fazendo bolas de sabão, outra olhando para o casal, outra
apontado para o casal, outra dando passagem para o casal na porta da igreja...
enfim. Já não estava vendo a hora de acabar.
O momento que todos soltaram os balões |
Essa turma atrás de mim são colegas de trabalho. Todo mundo de uniforme. |
Ah! Outra coisa curiosa, na minha opinião, é que por aqui é muito comum você convidar os seus colegas de trabalho (acho que no Brasil também é, certo?) e eles aparecerem representando a empresa vestindo o uniforme de trabalho! Surreal, não? Foi exatamente o que aconteceu. A noiva trabalha em uma confeitaria e durante o aperitivo ela teve que fazer um pão na frente de todo mundo enquanto estava cercada de colegas do trabalho. Achei super diferente e o Marco me disse que é bem comum aqui.
Depois seguimos todos de carro para um campo vazio e um helicóptero veio buscar o casal para o local do jantar de casamento. Achei legal demais. Mais um ponto positivo.
O local da “festa” era uma fazenda, com um gramado grande,
uma casa antiga e grande e uma sala
O local da festa: uma fazenda em um vilarejo |
Essa parte também foi um pouco chata, mas acho que foi mais
chata porque eu não entendo a língua, óbvio. Deve ser interessante conhecer as
histórias dos convidados.
Meu lugar marcado na mesa |
O jantar é sempre um jogo de adivinhas. Você tem um lugar
marcado, em uma mesa marcada e é sempre uma aventura tentar decifrar o porquê você foi colocado ali. Pelo menos pra mim. De um lado estava o meu namorado,
óbvio, e do outro estava a irmã da noiva. Oi? Achei que ela estaria na mesa principal,
mas não. Ela estava na mesa dos amigos e estrategicamente ao meu lado. Durante
o jantar acabei descobrindo. Ela fez um intercâmbio de alguns meses em Londres,
ou seja, acho que era a única ali, além do meu namorado, que falava inglês. Por alguns minutos me senti importante. rs. Mais um ponto.
A parte mais difícil, na minha opinião, foi após o jantar.
Começou uma maratona de brincadeiras intermináveis. Todos foram convidados para
fazer uma apresentação, seja um teatro, recitar um poema, contar uma história
ou organizar um jogo, envolvendo os convidados e os casais. Simmmmmm. O fato de
não entender a língua pesou muito, mas percebi que tava ficando muito
cansativo, tanto que eles pararam no meio para cortar o bolo e servir a
sobremesa. Não dei conta. Já era mais de meia-noite e meu corpo pedia por
descanso.
Do que mais senti falta? Música!! Não tocou absolutamente nada o dia
inteiro. Do que mais gostei? Ah. Tudo. No fim das contas é legal vivenciar algo
tão diferente do que estamos acostumados. A cultura é diferente. Normalmente os casamentos daqui não são tão pomposos como muitos no Brasil. Aqui eles são mais reservados e preferem comemorações intimistas. A decoração é muito simples. Neste que eu fui tinha apenas UM fotógrafo. Inclusive, algumas das fotos que postei são dele. Ainda prefiro os casamentos brasileiros. Acho que estou acostumada com a festa, a farra, a nossa desorganização organizada. E na opinião do Marco, que é suíço, o casamento brasileiro é melhor. Ponto pra gente!! KÜSSE!
No mínimo, inusitado. No máximo, fantástico. Sem pompa e circunstância, com muita substância, doçura e beleza: seu texto e o casamento.
ResponderExcluirParabéns aos quatro: noivos, você e o Marco pela oportunidade proporcionada.
No mínimo, inusitado. No máximo, fantástico. Sem pompa e circunstância, com muita substância, doçura e beleza: seu texto e o casamento.
ResponderExcluirParabéns aos quatro: noivos, você e o Marco pela oportunidade proporcionada.
Ahahahah... ri demais em quase todos os momentos. Muuuuuito legal, Line. Tem que divulgar!! Conhecer outras culturas sempre é muito gostoso. Quando se trata de festa e de um texto tão prazeroso de ler então, fica obrigatória a leitura! Parabéns e beijos
ResponderExcluirAhahahah... ri demais em quase todos os momentos. Muuuuuito legal, Line. Tem que divulgar!! Conhecer outras culturas sempre é muito gostoso. Quando se trata de festa e de um texto tão prazeroso de ler então, fica obrigatória a leitura! Parabéns e beijos
ResponderExcluirAdorei!! A ideia dos balões é linda principalmente pra casamento de dia. E o fato de ser intimista ajuda a economizar MUITO.
ResponderExcluirMas pode preparar o Marco que o meu não vai ter nada disso, hehe. beijo!
Não acredito que não teve pagode!! Traz o Marcão no meu que vai ter muito Belo e Pixote... os casamentos Suiços nunca mais serão os mesmos!
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